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Exportação Simplificada: Guia para PMEs no Simples Nacional

Foto de Delmar de Lima Por Delmar de Lima
7 min de leitura
Exportação Simplificada: Guia para PMEs no Simples Nacional

Introdução: Expandindo Horizontes Sem Complicações

Para o pequeno empresário brasileiro, a ideia de exportar pode parecer distante e complexa. No entanto, o Simples Nacional oferece uma porta de entrada acessível para o mercado internacional. Imagine seus produtos, feitos com tanto cuidado e dedicação, ganhando destaque em outros países. Este artigo é um guia prático para desmistificar a exportação no Simples Nacional, mostrando como você pode expandir seu negócio globalmente sem se afogar em burocracia.

## O Que é Exportação no Simples Nacional?

A exportação no Simples Nacional é a venda de produtos ou serviços para clientes localizados fora do Brasil por empresas optantes por este regime tributário. O grande atrativo é a simplificação tributária, com isenção de alguns impostos federais sobre a receita de exportação. Isso significa que você pode competir no mercado internacional com uma carga tributária menor, aumentando sua margem de lucro.

Exemplo Prático: Uma pequena fábrica de artesanato em Minas Gerais, optante pelo Simples Nacional, decide vender seus produtos para uma loja de souvenirs em Portugal. Ao exportar, ela fica isenta de alguns impostos federais sobre essa venda, tornando seus produtos mais competitivos no mercado europeu.

Dica Acionável: Consulte um contador especializado em Simples Nacional para confirmar quais impostos federais são isentos no seu caso específico. Cada tipo de produto ou serviço pode ter particularidades.

## Quem Pode Exportar Pelo Simples Nacional?

Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) inscritas no Simples Nacional podem exportar. No entanto, é crucial verificar se sua atividade (CNAE) está habilitada tanto para o Simples Nacional quanto para a exportação. Algumas atividades são permitidas no Simples, mas não para exportação, e vice-versa.

Exemplo Prático: Uma loja de roupas online, enquadrada no Simples Nacional, deseja vender seus produtos para clientes nos Estados Unidos. Antes de iniciar as exportações, ela precisa verificar se seu CNAE permite essa atividade. Se não permitir, ela pode precisar ajustar seu CNAE ou buscar outro regime tributário.

Dica Acionável: Acesse o site da Receita Federal e consulte a tabela CNAE para verificar se sua atividade está habilitada para exportação no Simples Nacional. Caso precise alterar, procure um contador para auxiliar no processo.

## Limites de Faturamento e a Exportação

O Simples Nacional possui um limite anual de faturamento de R$ 4,8 milhões. As receitas de exportação entram nesse cálculo, mas com uma vantagem: elas não entram no cálculo do sublimite estadual. Isso significa que você pode exportar até R$ 4,8 milhões, mas se somar essa receita com a do mercado interno e ultrapassar esse teto, será excluído do Simples Nacional.

Exemplo Prático: Uma empresa de software no Rio Grande do Sul fatura R$ 3 milhões com serviços no Brasil e R$ 1,5 milhão com exportação de seus softwares. O faturamento total é de R$ 4,5 milhões, abaixo do limite do Simples Nacional. No entanto, se o faturamento interno fosse de R$ 4 milhões e a exportação de R$ 1 milhão, ultrapassaria o limite e a empresa precisaria mudar de regime tributário.

Dica Acionável: Mantenha um controle rigoroso do seu faturamento mensal, separando as receitas do mercado interno das receitas de exportação. Utilize um sistema de gestão financeira para acompanhar os limites do Simples Nacional e evitar surpresas.

## Documentação Necessária para Exportar

A exportação exige alguns documentos específicos, como:

  • Nota Fiscal de Exportação: Documento fiscal que comprova a venda para o exterior.
  • Packing List: Lista detalhada dos itens que compõem a remessa, incluindo peso, dimensões e quantidade.
  • Fatura Proforma: Documento prévio à emissão da fatura comercial, utilizado para negociação com o cliente.
  • Registro de Exportação (RE): Registro no Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior) para controlar as operações de exportação.
  • Certificado de Origem: Documento que comprova a origem do produto, podendo gerar benefícios tarifários no país de destino.

Exemplo Prático: Uma empresa de cosméticos em São Paulo precisa emitir uma Nota Fiscal de Exportação para cada venda realizada para um cliente na Argentina. Além disso, ela precisa elaborar um Packing List detalhado com a quantidade de cada produto, peso e dimensões da embalagem.

Dica Acionável: Utilize um software de emissão de notas fiscais que já esteja integrado com o Siscomex. Isso facilita o processo de emissão da Nota Fiscal de Exportação e evita erros.

## Como Encontrar Clientes no Exterior?

Encontrar clientes no exterior pode parecer um desafio, mas existem diversas estratégias eficazes:

  • Participar de Feiras Internacionais: Apresente seus produtos e serviços em feiras do seu setor, criando contato direto com potenciais clientes.
  • Utilizar Plataformas de E-commerce Internacionais: Venda seus produtos em marketplaces como Amazon, eBay e Alibaba.
  • Redes Sociais: Utilize o LinkedIn para encontrar potenciais parceiros e clientes em outros países.
  • Câmaras de Comércio: Associe-se a câmaras de comércio bilaterais (Brasil-Alemanha, Brasil-EUA, etc.) para ter acesso a informações de mercado e oportunidades de negócio.
  • Rodadas de Negócios Internacionais: Participe de rodadas de negócios organizadas por entidades como a Apex-Brasil.

Exemplo Prático: Uma empresa de calçados no Rio Grande do Sul participa de uma feira internacional de calçados na Itália. Lá, ela conhece diversos distribuidores e lojistas interessados em seus produtos, abrindo portas para exportações.

Dica Acionável: Crie um perfil profissional no LinkedIn e conecte-se com pessoas do seu setor em outros países. Publique conteúdo relevante sobre seus produtos e serviços, demonstrando seu conhecimento e expertise.

## Cuidados Fiscais e Cambiais na Exportação

É fundamental ter atenção aos aspectos fiscais e cambiais da exportação:

  • Câmbio: Negocie as taxas de câmbio com bancos e corretoras para obter as melhores condições na conversão de moeda estrangeira para reais.
  • Contrato de Câmbio: Formalize um contrato de câmbio para garantir a segurança da operação.
  • Regime Cambial: Informe-se sobre o regime cambial do país de destino para evitar problemas com a legislação local.
  • Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF): Verifique se há incidência de IRRF sobre as remessas de valores do exterior.

Exemplo Prático: Uma empresa de móveis em Santa Catarina recebe um pagamento em dólares de um cliente nos Estados Unidos. Ela precisa converter esses dólares em reais, negociando a taxa de câmbio com seu banco e formalizando um contrato de câmbio.

Dica Acionável: Consulte um especialista em câmbio para obter orientação sobre as melhores práticas e evitar perdas financeiras.

Conclusão: O Mundo ao Seu Alcance

A exportação no Simples Nacional é uma oportunidade real para expandir seus negócios e alcançar novos mercados. Ao seguir este guia e buscar o apoio de profissionais especializados, você pode superar os desafios e aproveitar os benefícios de vender para o exterior. Lembre-se de verificar a habilitação do seu CNAE, controlar o limite de faturamento, emitir a documentação correta e ter atenção aos aspectos fiscais e cambiais. Com planejamento e dedicação, o mundo estará ao seu alcance.

Precisa de ajuda para implementar essas estratégias no seu negócio? Fale conosco pelo WhatsApp: https://wa.me/5592988050358